O Hospital central da Praia,
Hospital Dr. Agostinho Neto (HAN), é a maior unidade hospitalar de Cabo Verde.
Está localizado na rua Borjona de Freitas, Plateau. É uma entidade pública, sob
superintendência do Ministério da Saúde e presta serviços a uma população
residente de cerca de 153.735 habitantes. HAN tem sido alvo de muitas
críticas por parte da população. O diretor da instituição em causa, Júlio Andrade,
fala sobre as iniciativas do hospital, no sentido de erradicá-las ou minimizá-las.
Júlio Andrade |
Vivi
Más – Quais têm sido os
maiores desafios aqui no HAN?
Júlio Andrade – O
hospital tem sempre vários desafios, por se tratar de uma estrutura que exige
desafios permanentes. Temos por exemplo, o desafio da melhoria da prestação dos
cuidados de saúde, que é sempre um dos grandes desafios, porque a medicina
evolui de uma forma muito rapidamente e as respostas têm de ser adequadas a
cada uma das situações.
Temos
também o desafio da formação do pessoal, do investimento em tecnologias de
respostas a infraestruturas. Temos portanto grandes desafios, o que vai
implicar alguns constrangimentos, porque nós não temos recursos de facto para
dar respostas às novas necessidades em relação às demandas da população.
VM
– E
em relação à sustentabilidade do Hospital, o que pode nos dizer?
JA – Este
é mais um dos desafios que temos. Com os custos cada vez mais elevados da
prestação dos cuidados de saúde, nomeadamente, em relação aos novos
medicamentos, novas tecnologias, abordagem de novas patologias, portanto, com
esse problema também da sustentabilidade do sistema.
VM
– O que tem feito no
sentido de contornar esses desafios?
JÁ – O
que nós temos feito, é tentar fazer uma gestão rigorosa e fazer com que os
diversos serviços tenham algum equilíbrio para poder dar respostas à população
de forma global. Criar esse equilíbrio entre os diversos sectores de diversas
áreas de prestação de cuidados de saúde.
VM
– Costumam
receber muitas reclamações dos vossos utentes?
JÁ – Sim.
Há sempre, nós temos mais reclamações na área de atendimento, quer na consulta
geral, quer no atendimento de urgência. São relacionadas mais com a lista de
espera, com o tempo de espera das consultas e pontualmente também, muitas
vezes, com a qualidade da intervenção dos cuidados de saúde.
VM
– E
qual o vosso posicionamento em relação a esse problema que se põe, do elevado
tempo de espera?
JÁ – O
problema que se põe do tempo de espera, não da lista de espera mas do tempo de
espera de consulta, eventualmente nas urgências, advém do facto que muitas
vezes temos de fazer uma triagem para saber quais os doentes que têm verdadeiras
urgências ou não. Daí, os doentes que não têm urgências é que ficam à espera de
muitas horas e isso cria alguma insatisfação da população.
O
que nós estamos a fazer, por um lado é o reforço do pessoal médico e tentar
criar condições para que esses doentes sejam atendidos o mais rápido possível
noutra estrutura.
Também
vamos criar um ponto de informação, outro ponto de atendimento e outro ponto de
confirmação de consultas para ver se não há, portanto, grande concentração de
utente e para que não haja um tempo de espera muito grande, evitando este
descontentamento.
VM
– Qual
a mensagem que deixa para a população e nomeadamente para os leitores do Blog
VIVI más?
JÁ – A
mensagem que deixo é que nós estamos a trabalhar com muito esforço, com muita
boa vontade e com muito rigor para que possamos ir dando respostas
satisfatórias paulatinamente às demandas da população. Peço para confiarem na
nossa equipa que nós iremos trabalhar, no sentido de dar respostas
satisfatórias a esses constrangimentos.
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